Croácia 2016 (Cerklje - Bled - Postojna - Stanjel - Castelo Predjama - Milão)

Dia 16


Cerklje - Lago Bled - Grutas Postojna - Stanjel



A manhã em Cerklje acordou com sol, nada parecido com o dilúvio que fomos recebidos no dia anterior.



Seguimos para Bled a fim de conhecer principalmente o seu lago e a ilha nele existente.


Bled e o seu lago ficam situados no noroeste da Eslovénia, é um dos principais destinos turísticos deste país, sendo conhecido sobretudo pela beleza do Lago Bled, em cujo centro situa-se a única ilha natural e em cujas margens se encontra o mais antigo castelo do país, para chegarmos à ilha fomos num barco, cuja técnica para se remar faz lembrar as gondolas em Veneza, neste caso em vez de ser só com um remo é com dois. Bem no meio do Lago de Bled fica uma pequena ilha (que inclusive é a única ilha natural de toda a Eslovénia!), onde fica uma pequena igreja e um charmoso café. Porém, para se ter acesso à igreja e ao café tem que se subir os 99 degraus que nos levam ao topo da ilha. É um lugar magnífico e chega a dar um pouco de inveja das pessoas que possuem este pequeno santuário como palco do início dos seus casamentos. O único problema, é que pela tradição o noivo deve carregar a noiva no colo escadaria acima e tem que o fazer em silêncio sem expressar nenhuma palavra nem suspiro de cansaço pois corre o risco de o casamento não ser feliz ! A igreja possui um sino, deve-se tocá-lo por 3 vezes seguidas e pedir um desejo! Não acredito muito nessas coisas, mas, nunca se sabe !!!








A calmaria das águas do lago com o som da natureza dá uma tranquilidade infinita sendo interrompida pela conversa dos outros passageiros do barco.



De volta à margem do lago era altura de seguirmos para as grutas de Postojna, embora ainda tivesse que fazer a vontade às crianças e irem escorregar por uns carrinhos em que estiveram hora e meia à espera para escorregarem durante um minuto. Enquanto esperava pelas crianças sentei-me numa esplanada a beber uma fresquinha e a contemplar toda aquela beleza natural.





Conseguimos chegar a Postojna a tempo de entrar na última visita do dia à gruta.Nesta se encontra uma das maiores atracções da Eslovénia, na forma de uma imensa gruta com 20 km de galerias exploradas.





Nesta gruta pode-se encontrar um animal autóctone, denominado Proteus Anguinus. Cego, esguio, com quatro membros muito pequenos, este animal foi-se adaptando à vida nas grutas que abundam entre esta cidade e a península croata da Ístria.


                                       

A Postojnska Jama (Gruta de Postojna, em esloveno) é visitada anualmente por milhares de turistas, que através de uma linha de caminho-de-ferro de bitola muito reduzida podem chegar até às galerias mais recônditas da gruta, onde existe um circuito pedestre ladeado das habituais estalagmites, estalactites e colunas, além de covas inacessíveis e esculturas que a água e o calcário foram moldando e continuam a moldar. 

O dia aproximava-se do fim e a próxima paragem seria em Stangel, uma aldeia medieval muito castiça e acolhedora, assim que atravessámos a entrada das muralhas parece que tínhamos recuado no tempo, ruas estreitas casas pequenas e muito antigas mas tudo muito bem conservado. 

Fomos até onde estaria a nossa casa para essa noite, à nossa espera uma senhora muito simpática, apresentou-nos a casa que tinha sido restaurada , e que bem restaurada estava. Muito bonita e óptima para uns dias de sossego, pena ser tão longe de Lisboa. Tínhamos fome e perguntámos onde se poderia comer, a senhora fez questão de nos ir apresentar ao único restaurante de Stangel mas para não contrastar com o resto da aldeia era um restaurante também com traços medievais e muito bem decorado. Pedimos para o jantar algo da região e vinho também da região e diga-se de passagem era muito bom, foram duas abaixo nesse jantar. Ehehehehe





O dia ia longo e era hora de irmos descansar, a lua lá no alto iluminava o nosso caminho até casa por aquelas ruinhas maravilhosas.
Amanhã será um dia de muitos kms, temos o famoso e intransponível castelo de Predjana para visitar e o regresso a terras italianas.




Dia 17


Stanjel - Castelo de Predjama - Milão

Último dia na Eslovénia ainda com a visita ao Castelo de Predjama e depois viagem até Milão. 
O pequeno-almoço esperava por nós, o Paulo e a Paula já estavam à nossa espera no mesmo restaurante onde tínhamos jantado na noite anterior, e que belo pequeno almoço tinham preparado para nós. Tudo muito bom !!!




Hora de relaxar um pouquinho na esplanada do restaurante pois o dia seria de alguns kms, primeiro até ao castelo de Predjama e depois até Milão, seria o dia em que faríamos mais kms desde que estávamos os quatro juntos.  

E lá fomos por estradas magnificas e com uma paisagem de cortar a respiração, o interior da Eslovénia é lindo, gostava de voltar um dia para explorar melhor este país. Chegados ao Castelo de Predjana, deparámos com um castelo completamente diferente do que estamos habituados a ver em Portugal.





O castelo foi mencionado pela primeira vez no ano de 1274 com o alemão nome Luegg, quando o Patriarca de Aquileia construiu o castelo em estilo gótico. O castelo foi construído sob um arco rochoso natural na parede de pedra para tornar o acesso a ele difícil. Mais tarde, foi adquirido e ampliado pela família nobre Luegg, também conhecido como os Cavaleiros de Adelsberg (o nome alemão de Postojna ). 
O castelo tornou-se conhecido como o assento do cavaleiro Erazem Lueger (ou Luegger), senhor do castelo no século XV e um renomado barão ladrão . Ele era o filho do governador imperial de Trieste, Nikolaj Lueger.






Segundo a lenda, Erazem entrou em conflito com os Habsburgo, quando ele matou o comandante do exército imperial, Marshall Pappenheim, que havia ofendido a honra do amigo falecido de Erazem, Andrej Baumkircher de Vipava. Fugindo da vingança do Sacro Império Romano, Frederick III, Erazem alcançado na fortaleza família de Predjama. De lá, ele se aliou com o Rei Matthias Corvinus e começou a atacar fazendas e cidades Habsburgo em Carniola. O imperador encomendou o governador de Trieste, Andrej Ravbar, com a captura ou abate das Erazem. 
Por um ano e um dia, Erazem foi cercado em sua fortaleza. Ele provocou os soldados atacando por atirando-lhes com cerejas: Erazem sabia de um túnel secreto que conduz do castelo ao alto do rochedo, o que lhe permitiu viajar para a vizinha aldeia de Vipava e recolher suprimentos, incluindo cerejas frescas.
Os sitiantes subornando um dos servos de Erazem este revelar como poderiam matar o Erazem, o criado informou-os do ponto fraco do castelo, as paredes da casa de banho eram as mais finas e facilmente uma bala de canhão a destruiria. Quando chegou o momento, o servo colocou uma vela na janela, e, com uma única bala de canhão, o exército sitiante matou Erazem.
Após o cerco e destruição do castelo original, suas ruínas foram adquiridas pela família Oberburg. Em 1511, o segundo castelo, construído pela família Purgstall na primeira década do século 16, foi destruída por um terremoto. No ano de 1567, o arquiduque Carlos da Áustria arrendado o castelo do Barão Philipp von Cobenzl, que paga-lo depois de 20 anos. Em 1570, o castelo atual foi construída no estilo renascentista, pressionado ao lado de um penhasco vertical sob a fortificação medieval originais. O castelo manteve-se desta forma, praticamente inalterada, até os dias atuais. 
No século 18, tornou-se uma das residências de verão favoritas da família Cobenzl. Tanto o estadista austríaco Philipp von Cobenzl e o diplomata conde Ludwig von Cobenzl passaram um tempo no castelo. 
Em 1810, o castelo foi herdado pelo Conde Michael coronini von Cronberg, e em 1846 foi vendido ao Windischgrätz família, que permaneceu seus proprietários até o final da II Guerra Mundial, quando foi nacionalizado pelas autoridades comunistas jugoslavos e se transformou num museu.



O interior do castelo estava muito bem conservado e tinha imagens de bonecos a representar como seria a vida no seu interior. 



A passagem por onde Erazem passava para fora do castelo quando ia às aldeias vizinhas buscar fruta e alimentos durante o ano e um dia em que o castelo esteve cercado.



Nas masmorras do castelo está lá um boneco a caracterizar as diversas torturas que faziam aos prisioneiros quando estes eram apanhados.



Do interior temos uma vista de toda a vila de Predjama e do vale verdejante a fazer lembrar os desenhos animados que víamos na televisão quando éramos crianças, cuja história se passava em países longínquos. De qualquer janela a vista é espectacular.


O calor já apertava e estava na hora de almoçarmos e irmos de regresso a Milão. Almoçámos num restaurante que havia junto do castelo, uns bifes muito bons que eram típicos da zona, a carne era bastante saborosa. 


Barrigas atestadas, calor apertar e lá fomos nós em direcção a Itália, tínhamos 450 kms para fazer e cerca de seis horas de caminho e a temperatura ambiente não estava ajudar mas tinha que ser. A Ana não aguenta muito altas temperaturas e com cerca de 250 kms andados parámos numa área de serviço para nos refrescarmos e comer um saboroso gelado. As pernas dela estavam inchadas e parecia que estava a fazer retenção de líquidos. Ficámos ali um bocadinho com as pernas no ar para ver se as coisas normalizavam e o calor passava um pouco. Ao longe começava-se a ver umas nuvens muito escuras e pensei: Será possível que vou apanhar mais uma chuvada em pleno Agosto ? Nunca tinha apanhado tanta chuva em Agosto como neste ano mas era por uma boa razão. 

E não é que a cerca de 100 kms de Milão cai mais um dilúvio sobre nós, foi parar debaixo da primeira ponte que nos apareceu, onde já lá estavam duas motas paradas, uma italiana e uma francesa. e passou a ser três de três países diferentes. Lol. E em menos de nada pararam outras para se abrigarem da chuva que teimava em cair num dia quente de Agosto, gerou-se ali uma concentração motard do nada e com várias nacionalidades presentes. 



  Passado o dilúvio, seguimos para os derradeiros kms que nos separava de Milão, fomos diretos para o hotel onde ficaríamos naquela noite, jantámos numa pizzaria recomendada pelo hotel, disseram que faziam umas pizzas óptimas, realmente as pizzas até eram boas mas pagar cinco euros por cada imperial, vai lá vai !!! 

Hora de descansar, amanhã as meninas regressam a Lisboa de avião, eu e o Paulo começamos também o regresso mas antes ainda vamos visitar uns amigos a Genève.  















Voando na Estrada