As casas decoram-se com os ramos das videiras. A ruela principal acompanha o declive da encosta, num percurso íngreme.
Dela derivam becos e ruelas, que criam um ambiente de descoberta que todos gostam de explorar à espera da surpresa de um novo recanto. Descobrir esta aldeia representa mergulhar no mundo mágico e imaginar como seria a vida nestas aldeias em tempos ainda não muito longínquos.
E por ali continuamos por rua e ruelas cada uma mais linda que a outra, andando por ali parece que estamos num conto de natal, só falta mesmo a neve e as luzes para levar os nossos sonhos para uma aldeia qualquer do país do Pai Natal.
Num daqueles becos de encantar vamos descobrir a Bar do Curral, um pequeno bar com uma esplanada que nos dá uma vista sobre aquele vale aos pés da aldeia, aproveitámos para nos sentar e contemplar toda aquela beleza.
O dono do bar, com uma enorme simpatia trouxe-nos um licor de baunilha que era uma coisa do outro mundo. Estávamos no paraíso !!
Falta aqui o copo do J.Santos que não bebeu, ainda pensámos em beber por ele mas parecia mal. 😂
Regressámos até junto das motas e a próxima etapa seria irmos até ao famoso baloiço da serra da Lousã, deve ser o baloiço mais fotografado para o Instagram. Mais uma aventura esperava por nós, voltámos pela mesma estrada e num determinado sítio o meu amigo GPS manda-me sair à direita e o que nos aparece pela frente parecia ser uma estrada com pouco alcatrão, conforme avançamos, as valas na estrada cada vez eram mais frequentes, o alcatrão desapareceu e o que tínhamos era terra, pedras e alguma água que escorria pelo caminho mas lá continuámos, talvez seja só um bocadinho e depois passa, pensava eu. - Passa, passa, ao fim de 7 kms finalmente entramos numa estrada com alcatrão e um pouco mais à frente estávamos no baloiço da serra da Lousã. Quando parámos é que foi ouvir o J. Santos, "minha rica motinha, olha que ela já tem vinte anos", por seu lado o J. Flora estava eufórico e lá gritava - "andámos a fazer "alfederoude" minha mãe ninguém o calava.
Chegámos ao pé do dito baloiço e até faziam fila para uma fotografia 🙈, realmente fica giro uma fotografia tirada no baloiço, tirámos fora e já não foi mau.
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Esta rapariga quis ser fotografada por mim.
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Como não nos metemos da fila para o baloiço tiramos esta foto ao lado do baloiço, foi o que se pôde arranjar 😂😂
Era hora de começarmos a descer a serra e irmos até Serpins, era lá que iríamos dormir a nossa última noite de aventura. O local escolhido foi
http://www.serpinscamping.com/ , a aldeia fica num vale com o rio mesmo junto ao parque de campismo, o som da água e da natureza iria-nos acompanhar durante a noite.
O jantar desta noite seria os restos que tínhamos acumulado do dia anterior, não se podia estragar nada. Ainda fomos um pouco até ao bar do parque, muito simpático este local, óptima descoberta.
Hora de descansar, amanhã seria o último dia de aventura ...
Dia 6
Nada como acordar às 7 da manhã com esta sinfonia :
Hora de arrumar tudo e partir, primeiro destino, Dornes.
Tudo arrumado e vamos embora antes que chova. Não era dia de chuva, já tínhamos apanhado água suficiente nos dias anteriores, o regresso a Lisboa seria com sol e boa temperatura para se andar de mota. Lá fomos rolando com uma paragem técnica para um menino beber um galãozinho, porque sem o galãozinho não consegue pensar 😂😂
Sem grandes preocupações chegámos a Dornes por volta das 11 da manhã, estava tudo calmo nesta aldeia junto a um dos braços da barragem de Castelo do Bode. Há poucas vistas tão inspiradoras como a que se obtém a partir do ponto mais histórico de Dornes, junto à misteriosa Torre Pentagonal Templária, obra do século XII.
Daqui, as águas mansas do Zêzere e do lago formado pela construção da barragem de Castelo do Bode, são um convite para o mergulho, um passeio de barco ou um dia de pesca.
No largo junto à torre à um bar com uma bela esplanada onde podemos contemplar as águas do Zêzere e tomar algo fresco com os amigos e brindar à amizade.
De Dornes seguimos até Ferreira do Zêzere, terra de muita gente boa que por lá conheço, pena que o Bar do Marroquino estivesse fechado, pois de certeza que não sairíamos de lá tão cedo, e fomos almoçar ao Lago Azul, zona já com algum turismo que aproveitou ao máximo o bem que a barragem de Castelo do Bode trouxe para a região. O almoço não comento porque não vale a pena. Havia alguém que queria adoçar a boca à sua amada quando chegasse a casa e pediu-me para passarmos por Abrantes porque queria levar palha, mas de Abrantes atenção.
Os conventos femininos (séculos XIV e XVI) da região estão seguramente na origem de muitos dos doces conventuais, cujas receitas permitem ainda hoje adoçar a boca a muita gente. O Convento da Graça é um dos que mais se destaca, como um dos locais de onde saíram muitas das receitas da doçaria conventual da região. Pensa-se que foi deste convento que nasceu o tão afamado doce conventual desta região, chamado de "Palha de Abrantes", devido ao grande número de fios de ovos, parecendo um pouco de palha, daí vem o nome deste doce. Digo-vos que é bem mais doce que a palha e muito melhor.
Enquanto alguém saboreava um pouco de "Palha de Abrantes", eu recebia beijos das crianças da cidade de Abrantes.
Íamos começar a última etapa da nossa aventura, de Abrantes até ao Entroncamento foi um saltinho, a capital do cavalo, Golegã era já a seguir e atravessando o famoso dique dos vinte chegámos a Chamusca, terra de touros e toureiros. E como não íamos com pressa o melhor é parar em Vale de Cavalos e beber uma água fresquinha.
Ali combinámos que o melhor que fazíamos era ir directo ao local onde começámos e comer uns belos e saborosos caracóis, siga para Lisboa que os caracóis e as louras estão à nossa espera. E tranquilamente chegámos a Lisboa e ao local onde começámos esta aventura.
Um brinde à nossa aventura e às viagens.
Foi bom partilhar com estes dois amigos esta aventura, para um foi o descobrir de muita coisa para outro o recordar velhos tempos. Haja saúde e algum dinheiro para a gasolina que aventuras como esta não faltarão, obrigado aos dois por tudo, pela alegria, pelos petiscos que fizemos, pela água que o J. Flora ia buscar para o jantar, pois sem ela não haveria jantar. 😂😂
Eram para ser cerca de 2000 kms mas fizemos um pouco menos, o mau tempo não nos deixou ir a sítios que queríamos ir mas um dia vamos lá. Obrigado amigos ...
Seis dias depois e com 1760 kms feitos a minha Toura está de regresso à garagem, cada vez gosto mais desta mota.
Venham as próximas aventuras e que o sonho de viajar nunca desapareça dos nossos sonhos, porque viajando é a única maneira que temos de gastar dinheiro e ficarmos mais ricos, nunca se esqueçam disto.
Um pequeno resumo em video desta aventura:
"Faz Parte da Aventura"
AGRADECIMENTOS: À minha família, aos Jorge´s que me acompanharam nesta aventura e aos amigos que me acompanharam à distância. Aos meus patrocinadores, ah desculpem não tenho, mas gostaria !! 😂😂
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