Itália / Sardenha 2022 (Toulouse - Mónaco - Génova - Pisa)

Toulouse - Mónaco - Génova - Pisa


Dia 3


O dia em Toulouse já amanheceu quente, pouco havia a fazer senão preparar as coisas e arrancar, hoje tinha pela frente 760 kms até Génova, grande parte do percurso seria à beira do Mediterrâneo, tinha que parar no meu querido Mónaco e beber a imperial da praxe, continua em promoção mas já aumentou para 8,5 euros. 😅 


Ainda dei uma volta por algumas ruas de Toulouse para ficar com uma ideia de como era a cidade mas a sua exploração mais profunda ficará para outras viagens. 
Grande parte da viagem hoje seria em auto-estrada, muito transito como é costume nestas vias do sul de França nos períodos do verão. 
Já circulava à cerca de duas horas quando de vez em quando ouvia um barulho estranho, não conseguia perceber se era da mota se era de onde. Como estava na altura de descansar um pouco e beber água, parei na primeira área de serviço que encontrei e quando reduzi a velocidade para parar é que me apercebi que o barulho vinha das cigarras que existem nesta região, era um barulho que ecoava por toda a zona. Encostei na zona dos picnic's e sentei-me numa mesa à sombra a descansar e a ouvir aquele concerto dado pelas cigarras. 
Passado poucos minutos, parou um motard austríaco e perguntou se podia se sentar na minha mesa, eu disse que sim. Perguntou de onde eu era para onde ia etc., etc. A sua BMW GS mostrava já marcas de muitas viagens e os seus 320 mil kms não enganavam, pois já tinha viajado muito, só para terem uma ideia, a última viagem que este sr. de 62 anos tinha feito tinha sido desde o cabo das Agulhas na África do Sul até ao famoso cabo Norte na Noruega, foram quase 7 meses de viagem. Neste momento tinha começado uma nova aventura e a ideia dele era fazer toda a costa europeia. Foi tão agradável ter estado à conversa com aquele senhor. Desejou-me grandes viagens e que um dia nos havíamos de encontrar novamente na estrada, é mesmo bom falar com pessoas assim. Saímos ao mesmo tempo, ainda rolamos uns kms juntos mas entretanto ele foi ficando para trás e eu segui o meu caminho e ele o dele. 
Eram cerca das 3 da tarde quando cheguei ao Mónaco, o calor era muito e a minha famosa imperial monegasca chamava por mim. 


Parei a Toura no meio das scooters e lá fui eu ver todo aquele luxo que se vive neste Principado.




Qual deles o melhor, é impressionante a vida no Mónaco que até dá sêde 😂😂


No sitio do costume mas desta vez sozinho, em 2016 quando ia a caminho da Croácia com o Paulo Jorge também aqui parámos para matar a sêde. 

E estava na hora de deixar estes "luxos" e fazer-me à estrada pois ainda tinha alguns kms para fazer. 
Assim que subimos a enorme colina que é o Principado do Mónaco, passado poucos kms entramos num túnel em França e saímos em Itália. É pena este auto-estrada ser tão perigoso, pois em bastante estreito e com muita curva mas tem umas vistas sobre o Mediterrâneo espetaculares.
Ao fim da tarde cheguei finalmente a Génova, o quarto era na zona antiga e para não destoar o prédio onde era o quarto também era antigo mas muito giro.







Depois de deixar as coisas no quarto decidi ir dar uma volta pela zona, via-se que era uma zona residencial onde quase todas as pessoas se conhecem e falam, ao cruzar-me com algumas dessas pessoas cumprimentavam-me como se eu fosse um deles. Estava a gostar muito de estar por ali. 

Dia 4


Para não variar acordei cedo, comi qualquer coisa que ainda tinha na mochila e desci com as coisas até à mota, a manhã seria para visitar o centro histórico de Génova e à tarde seria Pisa e ao fim do dia Florença. Estava eu calmamente a colocar as coisas na mota quando passa por mim uma senhora com os seus oito anos mais ou menos e exclama -"Che Bella moto, e anche il Regazzo" Agradeci aquela querida avó "Grazie" e lá seguiu a sua vida e eu fui tomar um café.
Dali até ao centro histórico foi bastante rápido, deixei a mota no parque exclusivo para motos, agarrei na mochila pequena com água e alguns mantimentos e vamos lá explorar Génova.

A primeira paragem foi na Catedral de Génova



E como ultimamente tenho tido uma pontaria para querer visitar monumentos que estão em obras, a catedral de Génova foi mais um.






A primeira igreja neste local foi fundada entre os séculos V e VI e era dedicada a São Sírio, bispo de Génova. Sobre esta foi erguida outra igreja, mais tarde reconstruída em estilo românico e dedicada a São Lourenço. Foi consagrada pelo papa Gelásio II em 1118. Destruída pelo fogo em 1296, foi em parte restaurada e em parte reformada, tendo sido terminada em 1312. Ao longo dos séculos XIV e XV recebeu outras decorações internas e em 1550 sua cobertura, o piso, a cúpula e a abside foram reformadas por Galeazzo Alessi. As obras terminaram no século XVII, e entre 1894 e 1900 as estruturas medievais remanescentes foram recuperadas.





Saí da catedral e continuei pela rua acima, ainda havia pouca gente na rua, tudo estava calmo, os comerciantes começavam a preparar as suas lojas, chego a um largo e vejo uma igreja relativamente simples por fora. Em Itália se estiverem ao pé de uma igreja não hesitem, e entrem.


Ao entrar os nossos olhos ficam pasmado, tal a sua beleza 
interior. 




Esta igreja situa-se na PIazza Giacomo Mateotti, junto ao Palazzo Ducale. A parte interna da igreja é um bom exemplo de prestígio do barroco genovês, com as suas magníficas decorações douradas, os estuques e mármores policromados.


Uma das praças laterais desta igreja fica a praça Raffaelle de Ferrari, uma praça muito elegante e com edifícios destintos.







Voltando à zona mais antiga chegamos a uma das portas da cidade, Porta Soprana, ou Porta de Sant'Andrea a leste, enquanto a porta voltada para o oeste era a Porta de Vacca. As duas altas torres que emolduram a entrada da Soprana ainda comportam duas placas latinas comemorativas da construção.



A manhã já ia alta e era hora de voltar à mota e irmos até Pisa, próximo local de visita. Seriam cerca de 160 kms à beira do Mediterrâneo até Pisa, com uma paragem rápida numa área de serviço para se comer qualquer coisa e por volta das 14 horas cheguei a Pisa. Para ser sincero em Pisa pouco há para visitar, temos a famosa torre inclinada, a catedral e o batistério. Consegui deixar a mota à sobra, pois o calor já era muito e a Toura merecia um lugar à sombra enquanto eu visitava estes monumentos.



A Torre de Pisa é um campanário da catedral de Pisa. Está situada atrás da catedral e é, a terceira mais antiga estrutura na praça depois da catedral e do baptistério.




Embora destinada a ficar na vertical, a torre começou a inclinar-se para sudeste logo após o início da construção, em 1173, devido a uma fundação mal construída e a um solo de fundação mal consolidado, que permitiu à fundação ficar com assentamentos diferenciais. A torre atualmente se inclina para o sudoeste. A torre tem uma altura de 56,7 metros na parte mais alta.

A Torre de Pisa é uma obra de arte em mármore branco, realizada em três fases ao longo de um período de cerca de 177 anos. A construção do primeiro andar começou no dia 9 de Agosto de 1173, um período de sucesso militar e prosperidade. O primeiro andar é uma arcada "cega" articulada por colunas clássicas coroadas com capitéis coríntios.

A torre começou a inclinar-se após a progressão de construção para o terceiro andar em 1178. Isto deveu-se a uma fundação de meros três metros sobre um subsolo fraco e instável, um projecto que falhou desde o início. A construção foi posteriormente paralisada por quase um século, porque o Pisanos estavam continuamente envolvidos em batalhas com Génova, Lucca e Florença. Este tempo permitiu ao solo subjacente ajustar-se. Caso contrário, a torre de Pisa quase certamente teria sido derrubada. Em 1198 os relógios foram temporariamente colocados no terceiro andar da construção inacabada. Em 1272 a construção foi reiniciada num esforço para compensar a inclinação, os engenheiros construíram andares com um lado mais alto do que o outro. Isso fez a torre começar a inclinar-se em outra direção. Devido a isso, a torre é realmente curva. A construção foi interrompida novamente em 1284, quando os Pisanos foram derrotados pelos Genoveses. O sétimo andar foi concluído em 1319. A sino-câmara acabou por não ser adicionada até meados de 1372. A torre tem sete sinos, um para cada nota da escala musical. O maior deles foi instalado em 1655.


Depois de uma fase de reforço estrutural (entre 1990 e 2001) a torre está atualmente em fase de restauração gradual da superfície, a fim de reparar os danos visuais, devido principalmente à corrosão e escurecimento. Estes são particularmente, os pontos mais problemáticos, devido à idade da torre e à sua particular exposição ao vento e à chuva. 

É muito engraçado ver as pessoas a colocarem-se em certas posições como se tivessem a segurar a torre nas fotografias. 




A torre é fotogénica de todos os ângulos, é uma construção digna para a época e depois com o pormenor da inclinação tornando-a única, como um erro de calculo pode se tornar uma obra de arte. 


Deixemos a torre e vamos até à catedral.


A catedral foi idealizada pelo arquiteto de origem grega Buscheto, numa época em que a cidade era uma republica independente e uma das potências italianas. A construção iniciou em 1064, sobre a catedral pré-existente datada de 1006. Com o esgotamento do orçamento previsto, em 1095 as obras foram paralisadas; contudo, continuaram em virtude de uma doação do imperador bizantino. A consagração do edifício foi realizada em 1118 pelo papa Gelásio II.




Pouco tempo depois a planta foi ampliada pelo arquiteto Rainaldo, que desenhou a atual fachada. realizada sob a supervisão dos escultores Guglielmo e Biduino. Em 1595 a catedral sofreu um incendio, sendo em seguida restaurada e reformada, recebendo suas portas de bronze. A partir de 1700 o interior do templo começou a ser redecorado com novas pinturas e relevos, financiados por uma associação de cidadãos pisanos. No século XIX as esculturas originais da fachada foram removidas para o Museo dell'Opera del Duomo e substituídas por réplicas.

Durante a segunda guerra mundial, as tropas brasileiras durante uma missa na catedral com a imagem de Nossa Senhora da Aprecida, cantavam o hino brasileiro quando começou um forte bombardeamento aéreo das forças alemãs. O evento tornou-se conhecido pelo facto que os soldados se recusaram a interromper o hino nacional mesmo diante das explosões e continuaram a cantar até ao final.






Mesmo em frente à Catedral está o Baptistério 





Sua construção foi iniciada em 1152, sobre uma estrutura mais antiga. Coberto por uma cúpula de 54,86 m de altura e uma circunferência de 107,24m, sendo a maior construção do seu género em toda a Itália. O estilo mostra a transição entre o românico e o gótico. Seu portal tem decorações em relevo mas seu interior é quase desprovido de ornamentos, salvo uma fonte octogonal, que possui uma estátua de São João Batista. A acústica do Baptistério é especialmente curiosa, gerando ecos que se prolongam por vários segundos.





E deixei o baptistério, a catedral e a torre para trás e segui até Florença, terra do pintor / escultor Miguel Ângelo




Continua ...



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